terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Proyecto Nocilla: Nocilla Dream, Nocilla Experience e Nocilla Lab.

Proyecto Nocilla  do escritor espanhol Augustín Fernandéz Mallo,  se constitui de 3 livros Nocilla Dream, Nocilla Experience e Nocilla Lab.
Augustín Fernandés Mallo formado em Fisica acabou se envolvendo primeiro com poesia, um tipo a qual ele chama de poesía pospoética, e depois com os romances.
Nocilla Dream seu primeiro livro, lançado em 2006, é alcunhado como um exemplar de literatura zapping, pequenos capítulos sem aparente conexão vão se sucedendo, a ficção de Mallo se mistura com textos assinados de outros autores. Computadores, programas, física nuclear, cultura pop e pequenos dramas que acabam  por ter como ponto comum um alamo no meio do deserto carregado com pares de sapatos entrelaçados.
Nocilla Experience lançado em 2008 seguiu pela mesma linha de seu antecessor, um detalhe interessante desse livro fica a cabo da reprodução de trechos de entrevistas de vários artistas pop. Pessoalmente tive um pouco a impressão de estar lendo mais do mesmo, com o detalhe que o "mesmo"  era muito bom.
Nocilla Lab, de 2009, me surpreendeu, fui para a leitura esperando encontrar o mesmo de seus antecessores e encontrei algo totalmente diferente.
O livro e dividido em 3 partes. A primeira se chama Motor automático de búsqueda. Nessa primeira parte temos a narração da estoria de um casal em busca da realização de um projeto. A narração dele segue um tipo de fluxo de consciência, mas parece a consciência de um homem febril, visto que por diversas vezes ele retoma a narrativa acrescentando mais detalhes. ( tive a impressão de algo do tipo Bolero de Ravel, a melodia sempre retorna a um ponto inicial acrecida de mais instrumentos).
Uma das coisas interessantes e que a narrativa parece "meio autobiográfica" por um incluir Augustín como sendo o personagem do casal e por citar o processo de criação de seus outros livros.
A segunda parte se chama Motor automático e começa a partir do ponto de parada primeira parte, a narração muda para um tipo de diário, a narrativa parece bem tradicional até o tom mudar completamente e você se sentir envolvido em um romance psicológico.
A terceira parte se chama Motor (fragmentos encontrados) começa como uma narração (o narrador ficou louco?) e termina como uma historia em quadrinhos em que Augustin encontra outro escritor  em uma plataforma de extração de petróleo.
No geral Nocilla Lab é um livro muito bom mas também muito estranho, parece um laboratório (talvez daí o Lab) de teste de recursos estilísticos.

P.S.:Tenho a curiosidade de saber como ficaria a primeira parte reescrita por Alejandro Zambra, creio que não passaria de 5 linhas.
P.S. 2: Nucilla não é Nutella, Nucilla é um cover espanhol do produto italiano.
P.S. 3: o proyecto conta também com um filme que pode ser visto no blog da alfaguara: http://blogs.alfaguara.com/fernandezmallo/proyecto-nocilla-la-pelicula/

algumas resenhas interessantes sobre os livros:
http://www.posfacio.com.br/2013/04/01/resenha-nocilla-dream/
http://rizzenhas.com/2013/12/11/resenha-nocilla-dream-de-agustin-fernandez-mallo/
http://periodistas-es.com/proyecto-nocilla-una-revolucion-en-la-narrativa-espanola-20903
http://www.pliegosuelto.com/?p=9165

Notte prima degli esami

Notte prima degli esami é um filme italiano de 2006, ambientado nos anos 80, que conta a estoria dos 5 amigos, Luca, Alice, Riccardo, Massi e Simona, na véspera do exame de maturidade.
A primeira cena é bem emblemática do tom do filme, o personagem Luca realiza o sonho de milhões de estudantes, dirigisse ao professor Martinelli e fala tudo que teve vontade de falar sobre ele durante os anos de escola, depois de haver desopilado o figado e de ter se sentido vingado ele  acaba tendo uma grande surpresa.



Uma paixão a primeira vista, uma traição, um amor secreto, uma gravidez juvenil, quase tudo que se poderia pensar em termos de clichê é utilizado no decorrer da estoria, num filme leve e divertido que se tornou meio que um cult movie para uma geração de italianos.
O ator que interpreta o professor Martinelli, Giorgio Faletti, também é um escritor de sucesso, tendo publicado já seis livros, entre eles Io Uccido


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

5 de Alizée ou de que adianta ser famoso na internet?

Para começar nem sei  por que estou escrevendo esse post, afinal falar sobre Alizée aqui no Brasil e como que falar com as paredes, praticamente ninguém conhece a Alizée no Brasil, e  por sinal a única pessoa com a qual  eu pude até hoje falar sobre Alizée foi um colega de trabalho alemão, que também a conhecia.
Alizée para quem não conhece é uma cantora francesa que estourou nas paradas quando tinha 15 anos, com uma canção sugestivamente chamada de Moi Lolita, seus dois primeiros discos e maiores sucessos foram escritos pela dupla Mylene Farmer e Laurent Boutonnat, dupla que adora brincar com textos repletos de duplos sentidos.
Com o final da adolescência a ex- Lolita rompeu com sua mentora e decidiu seguir carreira própria, carreira por sinal que seguiu a partir desse momento em decadência crescente.
Seu primeiro disco sozinha ainda fez um grande sucesso no México, mas o quarto já passou em brancas nuvens e agora chegamos em "5 " seu quinto disco (terceiro sozinha) que vendeu até agora a ridícula quantidade de 7.000 copias.
A questão interessante é a seguinte, de que adianta ter 607.317 * pessoas que deram um curtir na sua pagina do Facebook se isso não se transforma em venda de seu trabalho?
Alizée possui uma serie de fans clubes aguerridos que se mobilizam nas mais variadas enquetes on-line mas que não conseguem ajuda-la a reerguer sua carreira.
Numa nova tentativa de relançar sua carreira Alizée  iniciou uma participação no Danse avec les stars, na primeira rodada ela é seu parceiro ficaram em primeiro lugar, será que isso vai ajuda-la a sair do limbo em que entrou? Daqui a alguns meses saberemos.
Bom é quanto ao disco? Eu gostei, entendo que não fosse se tornar um sucesso, como os dois milhões vendidos de Moi Lolita, mas não dá para justificar esse fracasso, ou será que dá?
A gravadora não está ajudando em nada, a divulgação é ridícula, o disco sofreu vários atrasos e a primeira versão do clip de A cause de l'automne, com problemas de sincroniafoi recolhida e substituída por outro mais tosco, o segundo single, Je veux bien, nem clip teve.
Bom vamos ao disco, a sonoridade é um tanto quanto anos 60, o que para meu gosto já é meio jogo ganho. O disco abre com A cause de l'automne, canção que que fala de ruptura, segue com 10 ans que fala do desgaste de uma relação, nesse ponto você para e se pergunta se o disco é confessional. E parece que ele é muito, Alizée usou o disco para exorcizar alguns fantasmas de seu passado recente.
Para quem quiser escutar o cd na faixa: http://www.rdio.com/artist/Aliz%C3%A9e/album/5/
Minhas faixas preferidas: 10 ans, Le dernier souffle, Happy End e Dans mon sac.

* 07/10/2013 as 12:30

O único clip oficial até o momento.


Clip de um fan usando cenas do clip rejeitado pela gravadora.



Alizée falando de sua participação no Danse avec les stars


P. S.: Danse avec les stars já teve duas transmissões, Alizée teve a melhor nota da primeira rodada e a segunda melhor na segunda, mantendo a liderança até o momento.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Comprando o livro pela capa: Sostiene Pereira

Pereira é um jornalista, responsável pelo caderno cultural de um pequeno jornal lisboeta, ele é obeso, cardiopata, acomodado, alienado e além de tudo ele é um viúvo que têm no retrato de sua falecida esposa seu maior confidente.
Estamos em Portugal em 1938, Salazar está no poder, Itália e Alemanha estão dominados por regimes totalitários, a vizinha Espanha ainda está em guerra civil, mas os franquistas já estão em grande vantagem.
Pereira não está preocupado com a situação, ele somente se preocupa com suas traduções para o caderno dominical de seu jornal, tudo muda ao ler um testo escrito por um jovem idealista, a partir desse momento a vida de Pereira vai pouco a pouco se transformando e ele passa a cada dia a ser mais consciente da situação em que se encontra e começa a assumir cada vez mais riscos.
Toda a trajetória de Pereira e apresentada como se fosse um depoimento policial/judicial, tanto que a expressão sostiene Pereira (afirma Pereira) se repete um número muito grande de vezes ao longo do testo.
Pereira foi encarnado nas telas por Marcello Mastroianni, no filme homônimo de 1995, dirigido por Roberto Faenza.

 

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Love Songs - Vanessa Paradis

Após revisar sua carreira com o lançamento de um Best Of, seguido de uma excursão em formato acústico (+ CD / DVD), Vanessa Paradis volta com um álbum de inéditas, um cd duplo com vinte e duas canções.
Love Songs é um álbum de canções pops, com uma sonoridade que mantém um pezinho nos anos 60, foi produzido por Benjamin Biolay, que também assina oito das canções do álbum.
Como esse era o primeiro trabalho da cantora após o rompimento de seu relacionamento com Johnny Depp confesso que estava temeroso de que o disco fosse muito depressivo, mas isso não se concretizou. Vanessa até se aventurou a cantar em italiano, uma canção de Domenico Modugno, Tu so' 'na cosa grande em uma versão quase bossa nova, seria alguma provocação para Carla Bruni? Falando em Carla Bruni não foram poucos os fans ,de Vanessa, que foram ao Twitter reclamar que Love Songs parecia mais ser um trabalho da italiana do que dela, para mim a queixa é um pouco exagerada, mas que algumas canções parecem seguir o mesmo tipo de arranjo parecem, a começar da primeira faixa do CD1 L'Au-delà, em todo caso para mim isso não seria de modo nenhum um demérito.


"Love, I don't know
 Nothing about love, you know
 Hold me till the day is done"  canta Vanessa no refrão do primeiro single retirado desse álbum, Love Song.



Uma de minhas canções preferidas nesse CD é Mi Amor, letra de Adrian Gallo da banda BB Brunes.
Dis moi que tu m'aimes 
Que la vie est belle 
Que ce monde est fou ...

domingo, 25 de agosto de 2013

Comprando o livro pela capa: La literatura nazi en América

La literatura nazi en América es, en palabras de su autor, «una antología vagamente enciclopédica de la literatura filo-nazi producida en América desde 1930 a 2010, un contexto cultural que, a diferencia de Europa, no tiene conciencia de lo que es y donde se cae con frecuencia en la desmesura». Escrita a imitación de los diccionarios de literatura, esta ingeniosísima obra de ficción disfrazada de manual se compone de las más variadas reseñas dedicadas a la vida y la obra de autores inexistentes de una literatura inexistente, y constituye una excelente parodia de la historia real de la literatura iberoamericana." 

La literatura nazi en América  como o nome já diz é um compendio sobre a literatura de extrema-direita produzida nas Américas entre 1930 e 2010, o livro é extremamente detalhista, cada um dos 30 escritores possui sua própria mini biografia, com o devido enquadramento histórico-politico além de uma descrição de sua obra literária, o detalhe mais importante de todo esse trabalho é que La literatura nazi en América é uma obra de ficção, todos os autores biografados assim como as suas obras são fictícios.
Na eminencia do seu lançamento no Brasil ocorreu um certo mal estar, que pode até estar relacionado com a saída do escritor Rubem Fonseca da Companhia das Letras, em uma visitinha rápida ao Google se pode facilmente encontrar os relatos de toda a celeuma. O estopim da questão seria o seguinte trecho " .. un continuador de Rubem Fonseca, para entendernos. Ése escribía bien aunque decían que era un hijo de puta ". A frase é bem tipica do estilo provocador do escritor chileno, que não costumava poupar os escritores de quem não gostava.
Nesse livro somos apresentados pela primeira vez ao personagem Carlos Ramíres Hoffman, o infame, o qual retornara como um dos personagens principais em Estrela Distante a obra seguinte do autor.
Apesar de Roberto Bolaño já mostrar nesse livro todas as características que o levaram a ficar famoso, não recomendo La literatura nazi en América para quem deseja se iniciar na obra de Roberto Bolaño, para esses Noturno do Chile ou Estrela distante creio que seriam mais indicados. Para quem já gosta de Roberto Bolaño essa é mais uma obra que prova como era criativo esse escritor chileno.
P.S.: para deixar bem claro aos incautos, esse não é um livro para simpatizantes de extrema-direita.

sábado, 24 de agosto de 2013

Comprando o livro pela capa: La Délicatesse

« François pensa : si elle commande un déca, je me lève et je m’en vais. C’est la boisson la moins conviviale qui soit. Un thé, ce n’est guère mieux. On sent qu’on va passer des dimanches après-midi à regarder la télévision. Ou pire : chez les beaux-parents. Finalement, il se dit qu’un jus ça serait bien. Oui, un jus, c’est sympathique. C’est convivial et pas trop agressif. On sent la fille douce et équilibrée. Mais quel jus ? Mieux vaut esquiver les grands classiques : évitons la pomme ou l’orange, trop vu. Il faut être un tout petit peu original, sans être toutefois excentrique. La papaye ou la goyave, ça fait peur. Le jus d’abricot, ça serait parfait. Si elle choisit ça, je l’épouse… 
– Je vais prendre un jus… Un jus d’abricot, je crois, répondit Nathalie. 
Il la regarda comme si elle était une effraction de la réalité. » 
Mesmo já tendo assistido o filme, (http://poliglotanalfabeto.blogspot.com.br/2012/08/la-delicatesse.html) acabei não resistindo a tentação e acabei comprando o livro.
 O filme é igual ao livro? Não, mas são pequenos detalhes que diferem de um para o outro, sem no entanto alterar em praticamente nada a estrutura da estoria.
O livro é escrito em terceira pessoa, por uma narrador que não se furta a fazer comentários bem humorados sobre a situação do casal, além de intercalar varias observações, mais ou menos relativas a estoria, no meio da trama.
La Délicatesse, o livro, não me decepcionou em nada, pelo contrario a leitura foi extremamente agradável, levei somente um fim de semana para devorar as suas 210 paginas.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Little French Songs - Carla Bruni



Little French Songs é o quarto CD de Carla Bruni, o primeiro lançado após a saída de seu marido da presidência da França.
Carla Bruni continua com o mesmo estilo intimista de seus CDs anteriores, quem já gostou dos outros CDs dela dificilmente irá se decepcionar com esse lançamento.
Nesse disco a ex-primeira-dama francesa declara seu amor pela França, primeiro com os versos em italiano de Dolce Francia:
"Oggi vado per il mondo sotto mille cieli blu
È incantavoli, rotonde da Venezia a Tomboutku
Ma i miei più cari ricordi vengono tutti da te
Dai tuoi verdi paesaggi, e tuoi vilaggi, i tuoi caffè" .

Depois com a declaração de amor a Chanson Française em Little French Song:
" Quand tout va mal, when life goes wrong
try for a little french song
French songs are maybe démodées mais si douces à fredonner
French songs are tender à l´envi, nostalgiques à l´infini".

Carla também declara seu amor por Sarkozy em Mon Raymond e faz um acerto de contas com seus detratores em Le Pengoin.
Little French Songs, possui 11 canções, todas de autoria de Carla Bruni, abaixo 3 clips promocionais do disco.
A edição Deluxe no itunes possui  duas bonus track e 5 videos de um set acústico muito bom.









terça-feira, 7 de maio de 2013

Comprando o livro pela capa: La Fiesta del Chivo

Se arrependimento matasse eu estava frito, La Fiesta del Chivo ficou mais de uma ano parado em casa a espera de ser lido, posterguei a sua leitura de todas as formas possíveis, somente foi lido porque a outra opção tinha mais de 900 paginas e a preguiça falou mais alto.
Mario Vargas Llosa nos apresenta nesse livro o último dia na vida do ditador Trujillo, que governou a Republica Dominicana por 31 anos.
A historia é contada de 3 pontos de vista: do próprio Trujillo, de seus executores e através dos olhos de uma emigrada dominicana que relembra sua juventude, de uma forma amarga, durante uma visita a seu pai moribundo.
Das três narrativas a mais complexa é a dos executores, Mario Vargas Llosa  analisa a razão a qual levou cada um deles a participar do atentado de uma forma bem detalhada.
Já a narrativa mais envolvente com certeza é a de Urania Cabral, a qual te prende até o final para saber qual o terrível segredo que a fez abandonar o país e nutrir uma ira tão grande contra seu pai.
Esse não é um livro para quem têm estomago fraco, descrições de torturas e de violência permeiam pelo livro ao meso tempo que historia e ficção se mesclam a todo momento em um livro excepcional. 

Sinopsis: "¿Por qué regresa Urania Cabral a la isla que juró no volver a pisar? ¿Por qué 
sigue vacía y llena de miedo desde los catorce años? ¿Por qué no ha tenido un solo amor? 
En La Fiesta del Chivo asistimos a un doble retorno. Mientras Urania visita a su padre en 
Santo omingo, volvemos a 1961, cuando la capital dominicana aún se llamaba Ciudad 
Trujillo. Allí un hombre que no suda tiraniza a tres millones de personas sin saber que se 
gesta una maquiavélica transición a la democracia." 



http://www.caratula.net/ediciones/39/critica-achaverri.php
http://gabrielmario.blogspot.com.br/2010/10/critica-de-la-fiesta-del-chivo.html

segunda-feira, 6 de maio de 2013

I Cento Passi

"Peppino: Sei andato a scuola, sai contare?
Vito: Come contare?
Peppino: Come contare? 1, 2, 3... Sai contare?
Vito: Si, so contare
Peppino: E camminare?
Vito: So camminà
Peppino: E contare e camminare insieme lo sai fare?
Vito: Si, penso di si
Peppino: Allora forza, conta e cammina: 1, 2, 3... 97, 98, 99 e cento. Lo sai chi ci abita qua? Ah, u zù Tanu ci abita qua! Cento passi ci sono da casa nostra, cento passi!" 
I Cento Passi é um filme que a conta a vida de Peppino Impastato, jovem siciliano que se rebela contra a presença marcante da mafia na vida politica de sua cidade. Peppino e seus amigos criam uma radio e começam uma campanha ostensiva para tentar frenar a ação dos grupos mafiosos.
Infelizmente Peppino não teve um final feliz e demorou mais de 24 até que sua morte fosse oficialmente elucidada e os culpados presos. I Cento Passi é mais do que um filme sobre a mafia, ele fala de luta por um ideal, mesmo que essa luta coloque em risco a sua segurança.




Modena City Ramblers I Cento Passi por ConteRosso76

terça-feira, 2 de abril de 2013

Comprando o livro pela capa: La carte et le territoire

" Si Jed Martin, le personnage principal de ce roman, devait vous en raconter l’histoire, il commencerait peut-être par vous parler d’une panne de chauffe-eau, un certain 15 décembre.
Ou de son père, architecte connu et engagé, avec qui il passe seul de nombreux réveillons de Noël. Il évoquerait certainement Olga, une très jolie Russe rencontrée au début de sa carrière, lors d’une première exposition de son travail photographique à partir de cartes routières Michelin. C’était avant que le succès mondial n’arrive avec la série des « métiers », ces portraits de personnalités de tous milieux (dont l’écrivain Michel Houellebecq), saisis dans l’exercice de leur profession.
Il devrait dire aussi comment il aida le commissaire Jasselin à élucider une atroce affaire criminelle, dont la terrifiante mise en scène marqua durablement les équipes de police. Sur la fin de sa vie il accèdera à une certaine sérénité, et n’émettra plus que des murmures. L’art, l’argent, l’amour, le rapport au père, la mort, le travail, la France devenue un paradis touristique sont quelques-uns des thèmes de ce roman, résolument classique et ouvertement moderne." 


A descrição acima está na contra capa de La carte et le territoire, segundo livro que li do polemico escritor francês Michel Houellebecq . Nesse livro vamos acompanhar a vida de Jed Martin, um artista que possui tanto vida como obra meio que singulares.
Órfão de mãe desde a infância ele foi criado por um pai distante, após passar por uma escola de Belas Artes ele se estabelece em Paris. Como Jed Martin não é exatamente um tipo muito fácil ele passa por fases artísticas, ele inicia com fotografias, passa a montagens, depois pinturas e ao final de sua vida cria um método todo seu de registrar os objetos pelo qual era obcecado.
No plano pessoal nosso personagem passa por pequenos períodos em que ele se relaciona com algumas pessoas os quais se alternam com longos períodos em que o máximo de contato que ele mantém é um esboço de sorriso para o caixa do supermercado que ele frequenta. 
Achei meio estranho o personagem Jed Martin se relacionar no livro com o escritor Michel Houellebecq, Jed convida o escritor para fazer a apresentação de uma exposição de quadros que ele irá celebrar, o personagem então passa a traçar uma imagem sobre o escritor nada elogiosa. 
Esse livro ganhou o premio Goncourt em 2010, mas logo depois foi pego em uma polemica pelo uso sem autorização de passagens do Wikipédia, um ano depois do lançamento do livro o autor passou a incluir na obra  um agradecimento ao Wikipédia.
O livro é ruim? Não, não é, mas algo me incomoda nos livros de Michel Houellebecq, não é somente a provocação constante que permeia seus livros, o ponto que me incomoda mais são os personagens típicos do Michel Houellebecq, frios, distantes, pessoas que não conseguem manter relacionamentos com outros seres humanos.

quinta-feira, 14 de março de 2013

El Sueño de Morfeo - Buscamos Sonrisas

Buscamos Sonrisas é o quarto cd da banda espanhola El Sueño de Morfeo (quinto se for contado Del Interior lançado como Xemá). 
O novo cd têm uma sonoridade mais próxima dos primeiros cds da banda, um pop mais puxado para o folk celta do que para o rock. Claro que estamos falando de uma banda POP, não vamos esperar por uma obra de arte nem mesmo um disco revolucionário,nada disso, temos 13 canções agradáveis, sendo que algumas grudam no ouvido e não parecem mais querer desgrudar.






El Sueño De Morfeo - Depende de Ti por manuelgold



EL SUEÑO DE MORFEO - Lo mejor está por llegar from www.rubenfernandez.com on Vimeo.

A banda foi escolhida para representar a Espanha no Eurovisíon de 2013, abaixo uma entrevista com a banda sobre os preparativos para o concurso.


sábado, 23 de fevereiro de 2013

Comprando o livro pela capa: Plateforme

Até agora a maior parte de minhas leituras em francês tinham sido através das traduções de um escritor japonês, Haruki Murakami, depois de ler em alguns blogs criticas elogiosas a um livro chamado O Mapa e o Território decidi ler um pouquinho mais de escritores franceses e me aventurarei com  o autor francês Michel Houellebecq. 
Para  baratear o frete acabei trazendo 3 livros dele de uma vez: La carte et le territoire, Les particules élémentaires e Plateforme.
Plateforme, conta a estoria do quarentão Michel, que leva leva uma vidinha medíocre, funcionário burocrático do governo no Ministério da Cultura Francês. Após a morte de seu pai ele decidi partir para um período de ferias na Tailândia, a escolha do destino foi baseada na clara vontade do personagem em fazer turismo sexual. Durante as ferias ele conhece Valérie e após o retorno dos dois a Paris, apesar de tudo parecer conspirar contra, eles passam a ter uma vida em conjunto.
Valérie trabalha com turismo, e junto com seu chefe recebem uma proposta tentadora de mudança de emprego. Tudo parece ir bem, crescimento profissional e  uma vida a dois que está funcionando bem,quando eventos devastadores ocorrem e desmoronam tudo.
O escritor Michel Houellebecq se utiliza de uma linguagem bem crua, as descrições das cenas de sexo são praticamente pornográficas,  ele não passa nem um tipo de romantismo no seu livro.
Através de seus personagens ele vai tratar de uma discussão sobre a questão do turismo sexual, o que leva os europeus a não se satisfazerem em seus países e o porque eles procurariam satisfazer seu apetite sexual em países periféricos.
Um tema polemico para um autor extremamente polemico, Michel Houellebecq não parece deixar ninguém indiferente. Acabei a leitura com meu estomago embrulhado, tamanha a violência da parte final do livro.

Le mot d´editeur: Plateforme

"Dès qu'ils ont quelques jours de liberté les habitants d'Europe occidentale se précipitent à l'autre bout du monde, ils traversent la moitié du monde en avion, ils se comportent littéralement comme des évadés de prison. Je ne les en blâme pas ; je me prépare à agir de la même manière.» Après la mort de son père, Michel, fonctionnaire de quarante ans blasé, décide de partir en Thaïlande pour goûter aux plaisirs exotiques. Il y rencontre Valérie, cadre dans une grande société de voyages, à qui il soufflera sa théorie sur les vraies motivations des Européens en quête de sensations fortes. Embarqué dans la lutte pour le profit à tout prix, où le corps est plus que jamais une marchandise, Michel jette un regard cynique sur la société occidentale. Mais dans la violence crue de ses constats, il sera peut-être surpris de découvrir que l'être humain est encore capable de sentiments...




outras opiniões:
+    http://www.parutions.com/pages/1-1-211-1138.html
+/-  http://www.routard.com/mag_livre/101/plateforme.htm
-     http://www.telerama.fr/livres/plateforme,62141.php

Thomas Dutronc

Thomas Dutronc tinha tudo para não dar certo no meio musical, filho do cantor e ator Jacques Dutronc e tendo como mamãe nada mais nada menos que Françoise Hardy, não seria fácil para ninguém com esse parentesco conseguir escapar das comparações e iniciar uma carreira tão interessante no meio musical, além de ajudar a mamãe nos seus últimos discos e escrever trilhas para filmes, ele também já lançou dois cds  com um tipo de música chamada de Jazz Mamouche.
Seu primeiro cd foi lançado em 2007, Comme un manouche sans guitar
O cd foi puxado pelo single J'aime plus Paris. São 14 faixas sendo 3 instrumentais. Como dito no site da Fnac a música dele é: " léger, tendre et bourré d’humour" .
Abaixo os clips de trabalho de J'aime plus Paris e Comme un manouche sans guitarre.






outras opniões:
+    http://musique.krinein.com/dutronc-comme-manouche-sans-guitare-8628/critique-7223.html
+/-  http://www.telerama.fr/musiques/comme-un-manouche-sans-guitare,21687.php
-     http://www.etat-critique.com/Comme-un-manouche-sans-guitare_musique_970.html


Em 2011 foi lançado o segundo cd Silence on tourne, on tourne en rond, contendo 15 canções sendo 4 instrumentais. 
Os dois discos são bem parecidos, canções leves, com um toque de humor e agradáveis de escutar.
Entre os dois discos creio que não gostei de no máximo 5 músicas, o que para os dias de hoje, onde discos são lançados com uma duas músicas escutáveis no máximo, está muito bom.
Abaixo 3 clips tirados do segundo cd.








outras opniões:
+  http://www.musicactu.com/actualite-musique/137689/silence-on-tourne-on-tourne-en-rond-thomas-dutronc/
+/- http://www.lexpress.fr/culture/musique/thomas-dutronc_1036404.html
-    http://www.telerama.fr/musiques/silence-on-tourne-on-tourne-en-rond,73627.php

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Leia o livro veja o filme 8: Bonsái


Bonsái é o primeiro romance do escritor chileno Alejandro Zambra, decidi compra-lo após vê-lo citado em duas listas de melhores leituras de 2012, no r.izze.nhas e no Hellfire Club.
Numa visitinha na livraria Cultura dei de cara com a versão espanhola da editora Anagrama, e apesar do preço salgado, por um livrinho de 94 paginas, acabei levando-o para casa.
Segundona pela manhã, ponho o livrinho em baixo do braço e levo de companhia para a academia de ginastica, quando meus 30 minutos de bicicleta tinham chegado ao fim eu já estava na metade do livro. O livro é muito gostoso de ler, tanto que após ver o filme não resisti a tentação de lê-lo outra vez. 
Aparentemente tudo é dito no primeiro paragrafo: " Al final ella muere y él se queda solo, aunque en realidad se había quedado solo varios años antes de la muerte de ella, de Emilia. Pongamos que ella se llama o se llamaba Emilia y que él se llama, se llamaba y se sigue llamando Julio. Julio y Emilia. Al final Emilia muere y Julio no muere. El resto es literatura." , mas as coisas não são bem assim.
 Alejandro Zambra se utiliza de uma narrativa extremamente concisa e vai criando alguns pequenos desvios para que sejam apresentados os coadjuvantes da estoria de Julio. No blog da Anica, Hellfire Club, além da ótima resenha, temos uma ilustração do Tuca consegue esquematizar o relacionamento dos personagens usando um Bonsái como modelo.(http://www.anica.com.br/2013/01/27/bonsai-alejandro-zambra/)
Enquanto eu lia ficava imaginando como aquilo poderia virar filme,quase sempre faço isso, mas o que ia me deixando cada vez mais interessado eram aquelas desviadas que ele dava no texto para falar de algum personagem seguido de um corte abrupto e de um retorno ao Julio.
Em 2011, Bonsái foi levado as telas pelo cineasta chileno Christián Jiménez, para quem deseja assistir este filme é relativamente fácil de ser encontrado na internet, em copias com legendas em inglês.
A questão é: o filme é ruim? Não, não é, mas não se compara ao livro. Devem existir casos em que o filme seja melhor que o livro,mas nenhum exemplo me vem a mente agora.
O que me incomodou foi a mudança no fio narrativo, a falta dos cortes abruptos que o autor dava em algum ramos da estoria que ele tinha acabado de iniciar, creio que ficaria ótimo no filme. Algumas situações foram omitidas, algumas cenas, inclusive cruciais, foram alteradas fazendo com que o filme perdesse muito do charme do livro.
Se eu não tivesse lido o livro com certeza não veria tantos problemas na película e teria gostado mais do filme, talvez seja interessante seguir o caminho contrario ao que eu segui, ver o filme primeiro e ler o livro depois. Por sinal dá para fazer os dois gastando praticamente o mesmo tempo, algo entre 90 e 120 minutos cada.

Trailer de Bonsai

conto Tantalia: http://librosconaroma.escritoresdepinamar.com/?p=80
outras resenhas interessantes:
http://rizzenhas.com/2012/05/29/resenha-bonsai-de-alejandro-zambra/
http://www.sobrelibros.cl/content/view/72/2/
http://letras.s5.com/az280910.html
http://www.blogdecine.com/criticas/bonsai-en-busca-del-tiempo-perdido
http://www.elotrocine.cl/2012/04/25/critica-bonsai-2011-la-pelicula-en-que-ella-muere-y-el-protagonista-se-queda-solo/

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Comprando o livro pela capa: Appunti di un venditore di donne

" 1978: a Roma le Brigate Rosse hanno rapito Aldo Moro, in Sicilia boss mafiosi come Gaetano Badalamenti soffocano ogni tentativo di resistenza civile, all'ombra della Madonnina le bande di Vallanzasca e Turatello fanno salire la tensione in una città già segnata dagli scontri sociali. Ma anche in questo clima la dolcevita del capoluogo lombardo, che si prepara a diventare la "Milano da bere" degli anni Ottanta, non conosce soste. Si moltiplicano i locali in cui la società opulenta, che nella bella stagione si trasferisce a Santa Margherita e Paraggi, trova il modo di sperperare la propria ricchezza. È proprio tra ristoranti di lusso, discoteche, bische clandestine che fa i suoi affari un uomo enigmatico, reso cinico da una menomazione inflittagli per uno "sgarbo". Si fa chiamare Bravo. Il suo settore sono le donne. Lui le vende. La sua vita è una notte bianca che trascorre in compagnia di disperati, come l'amico Daytona. L'unico essere umano con cui pare avere un rapporto normale è un vicino di casa, Lucio, chitarrista cieco con cui condivide la passione per i crittogrammi. Fino alla comparsa di Carla che risveglierà in Bravo sensazioni che l'handicap aveva messo a tacere. Ma per lui non è l'inizio di una nuova vita bensì di un incubo che lo trasformerà in un uomo braccato dalla polizia, dalla malavita e da un'organizzazione terroristica. Un noir fosco su uno dei momenti più drammatici del dopoguerra italiano, in una Milano che oscilla tra fermenti culturali e bassezze morali." 


A descrição acima da ibs.it me deixou interessado, mas quando o livro chegou dei de cara com a primeira frase: " Io mi chiamo Bravo e non ho il cazzo" , assim com essa paulada  o livro de Giorgio Faletti se iniciava, confesso que depois dessa peguei e larguei o livro três vezes, a frase inicial não me animava nadinha, acho que o livro deve ter passado mais de um ano na mesinha de centro esperando para ser lido.
Finalmente decidi encarar a estoria do eunuco que ganhava a vida agenciando encontros de lindas mulheres com os poderosos da hora na Milão do final da década de 70 e acabei ficando tão envolvido com a leitura que não estava nem ligando para chá de cadeira em consultório medico, queria logo acabar a leitura, devorei o livro em três dias.
O livro não é nenhuma obra-prima, mas se o objetivo é diversão e se deixar levar pelas tramas mirabolantes inventadas pelo senhor Giorgio Faletti, afinal ele colocou juntos um gigolô, políticos corruptos, serviços de segurança e as Brigadas Vermelhas misturados na noite de Milão, a estoria tem algumas reviravoltas e muitas surpresas estão guardadas até o fim do livro.
No Brasil o livro foi lançado como Memórias de um vendedor de mulheres. 

Frase: " Solo gli stupidi e gli innocenti non hanno un alibi" 

Entrevista com Giorgio Faletti sobre Appunti di un venditore di donne

algumas resenhas interessantes sobre o livro:
http://ilventodellest.blogspot.com.br/2012/07/recensione-g-faletti-appunti-di-un.html
http://www.lendonasentrelinhas.com.br/2012/06/memorias-de-um-vendedor-de-mulheres.html
http://www.guardiadameianoite.com.br/2012/07/resenha-premiada-memorias-de-um.html
http://www.wuz.it/recensione-libro/5275/giorgio-faletti-appunti-venditore-donne.html

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Comprando o livro pela capa: Llamadas Telefónicas

Comprei esse livro durante uma passada na livraria Cultura, fiquei tão curioso que na primeira parada que minha mulher fez, para ver roupas em outra loja, sentei em um banquinho no corredor do Shopping e comecei a lê-lo. O primeiro conto foi lido antes que ela pudesse terminar as compras. Fechei o livro e decidi controlar a ansiedade e deixar para curtir o restante somente ao chegar em casa.

¨Decía Hemingway que un buen relato debe ser como un iceberg; lo que se ve es siempre menos que lo que queda oculto bajo el agua, y otorga intensidad, misterio, fuerza y significación a lo que flota en la superficie. Los cuentos de este libro cumplen con todas estas premisas. Una colección de Roberto Bolaño , consagrado unánimemente como el mejor escritor latinoamericano de su generación.



Llamadas Telefónicas foi o primeiro livro de contos publicado pelo aclamado escritor chileno Roberto Bolaño, nesse livro já encontramos  seu estilo peculiar de ficção misturada com doses de uma auto-biografia,o livro está dividido em três partes Llamadas Telefónicas, Detectives e Vida de Anne Moore, os quais são também os nomes dos contos que as fecham. Nas 204 paginas encontramos no total14 contos, sendo que em muitos deles já encontramos assuntos que serão recorrentes em  Los Detectives Salvajes e 2666.

Llamadas Telefónicas de um certo modo parece um tipo de balão de ensaio do que estava por vir, por exemplo Arturo Belano, seu alter ego, já está presente neste livro, o famoso incidente de sua prisão no Chile é mostrado no conto Detectives através do ponto de vista de seus guardiões na cadeia, assim como também encontramos em outro conto o Amalfitano de 2666.
Esse foi o sexto livro de Roberto Bolaño que eu li, sendo que esse também me agradou muito. Esse livro pode ser recomendado sem sombra de duvidas a quem quer se iniciar na obra do chileno, sem ter que passar por exemplo aos tormentos de algumas passagens mais pesadas de seus romances mais densos, 2666 e Los Detectives Salvajes.
2666 por exemplo eu não recomendo a quem não é ainda um aficionado pela obra de Roberto Bolaño, La parte de los Crímines é quase uma barreira intransponível.


Abaixo um documentário muito bom sobre Roberto Bolaño.




algunas reseñas:
http://www.littleshitmachines.com/res_llamadas_telefonicas.htm
http://www.ronaldflores.com/2009/09/15/llamadas-telefonicas-de-roberto-bolano/
http://martinainterior.blogspot.com.br/2011/02/llamadas-telefonicas-roberto-bolano.html

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Versão Brasileira : Serena

Comprei esse livro após ver a listinha das melhores leituras de 2012 do  Hellfire Club. Por alto sabia que se tratava de algo relativo a espionagem, gênero que eu nunca tinha lido. 
Comecei a leitura dia 24 (véspera de Natal) e no dia 25 a noite já tinha devorado as 382 paginas. 

Vamos primeiro a sinopse que a Cia das Letras divulgou do livro: "Ao ser contratada pelo MI5, o Serviço Secreto Britânico, a protagonista Serena se vê como participante de uma mentira cujo objetivo é fomentar a criação de uma ficção. Isso porque ela é incumbida de estabelecer contato com um escritor a quem não pode contar que é uma espiã, nem que o dinheiro que ele passará a receber virá do Estado. Mas o contexto de toda essa armação é uma guerra muito real, num período bastante violento da história da Inglaterra, especialmente por causa da atividade do IRA.
E, para Serena, o caso envolve ainda sua vida pessoal, tanto no que se refere a seu antigo amante, que a introduziu no MI5, quanto no que se refere ao escritor que é vítima do ardil, por quem acaba se apaixonando. Ela é, portanto, agente e vítima, personagem e criadora, num romance em que todos esses papéis são questionados com fervor.
Ora, ao conhecermos a ficção de Tom Haley, o escritor que não sabe que está na folha de pagamento da Inteligência Britânica, já notamos essa curiosa relação entre o real e o fictício, mediada pelo criador. Mas será apenas quando concluirmos a leitura de Serena que teremos a verdadeira dimensão do grau que atingiu essa fusão, tanto na história que estamos lendo quanto na nossa relação com o livro e seus personagens.
A literatura experimental, questionadora, pode adotar várias máscaras. Nesse romance, Ian McEwan a veste nos trajes mais discretos e, talvez por isso mesmo, mais eficientes."


Pano de fundo, anos 70, crise do petróleo, a Inglaterra se encontra com a economia estagnada, vários escândalos de espionagem envolvendo pessoas de quem se menos suspeitava, os bem nascidos que frequentaram as escolas mais elitistas do país.
O livro começa com a personagem principal se apresentando e de cara você já fica sabendo que a estoria não vai ter final feliz. Acompanhando o desenrolar da narrativa logo cheguei a conclusão de que o personagem Serena era um imã de burradas, ela não parece ter o menor bom senso, e vai de caso em caso só se metendo em encrenca, mas o que chama a atenção é que apesar de a protagonista ser uma tontinha você fica preso a estoria e não consegue se desligar ate o termino do livro.
Serena é um livro de espionagem? 
Não exatamente, está mais para um romance entre apaixonados por literatura que por um acaso são envolvidos num caso de contra-espionagem.

Entrevista com o autor:



link para as resenhas  da Anica (contém spoilers) e da Luara:
http://www.anica.com.br/2012/11/13/serena-ian-mcewan/
http://isaacsabe.wordpress.com/2012/08/08/livro-serena-ian-mcewan/

sábado, 5 de janeiro de 2013

La Meglio Giuventù

"La Meglio Gioventù racconta la storia di una famiglia italiana dalla fine degli anni'60 ad oggi. "
Como está descrito acima parece simples, mas não é.
O filme começa com dois irmãos quase inseparáveis que estão terminando a faculdade, Matteo e Nicola, ainda ha um ar de inocência no ar, tudo começa a mudar quando a vida deles se cruza com a de Giorgia, uma jovem problemática, a partir desse momento se inicia o afastamento de Matteo e as vidas dos dois irmãos tomam rumos diversos. 
O alagamento de Florença, o verão de 68 com suas contestações estudantis, a radicalização politica dos anos de chumbo, mundial de futebol de 82, a lei Basaglia que fecha os manicômios,a guerra contra a mafia nos anos 90, os fatos marcantes da historia da Itália nesse período são utilizados como pano de fundo da historia da família Carati, de 1966 até 2003.
Para contar essa epopeia o filme têm 6 horas de duração, em casa assistimos em duas etapas de 3 horas cada, nas quais o relógio voou.
Um filme muito bom, imprescindível para quem tem um pouquinho de sangue italiano. 

« Giovanna Carati: Senti, ma lo sai che conservo ancora una cartolina che mi hai spedito da Capo Nord nel '66 in norvegese, credo avesse una scritta. E sotto la traduzione diceva "Tutto quello che esiste è bello!!!", con tre punti esclamativi... ma tu ci credi ancora?
Nicola Carati: Ai punti esclamativi no, non ci credo più. »
(Nicola alla sorella Giovanna dopo la morte del padre e l'incarcerazione della amata, Atto II)



recensione:

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Leia o livro veja o filme 7 : A insustentável leveza do ser

No final dos anos 90 foi meio que obrigatório ler A Insustentável Leveza do Ser, não sei qual a razão, mas tinha deixado esse livro passar. Nos últimos meses acabei topando com algumas resenhas e citações de Insustentável Leveza do Ser aqui e acolá, fui ficando curioso até dar de cara com uma antiga edição, do Circulo do Livro ainda, num sebo perto de casa, aí o mergulho nos anos 80 foi inevitável.*1
Sinopse:  "Quatro personagens protagonizam essa história - Tereza e Tomas, Sabina e Franz. Por força de suas escolhas ou por interferência do acaso, cada um deles experimenta, à sua maneira, o peso insustentável que baliza a vida, esse permanente exercício de reconhecer a opressão e de tentar amenizá-la."
Li este livro em um fim de semana, nas primeiras paginas estava experimentado uma sensação meio estranha, adorava algumas passagens e outras achava um porre, quando cheguei por volta da pagina 100 tomei um susto o autor já dizia o que ia acontecer com dois dos personagens principais. Após o susto ainda meio abismado fiquei pensando com meus botões, e agora qual a motivação para continuar lendo? Não foram necessárias muito mais paginas para que eu fosse sugado por uma necessidade de saber quais tinham sido os eventos que tinham levado aquele desfecho.
Assim que acabei de ler o livro corri para a locadora e peguei uma copia do filme.
Primeira impressão: Julete Binoche aparentava ser ainda uma adolescente (já tinha 24 anos e 11 filmes na bagagem).
Segunda impressão: o livro não segue a ordem cronológica dos fatos o filme, para facilitar a narrativa, sim.
Claro que o livro é mais completo, têm um peso maior, mas gostei muito do filme, achei a transposição muito boa e a escolha dos atores perfeita.
O elenco com atores de varias nacionalidades é um charme a parte: Daniel Day-Lewis inglês, Julite Binoche francesa, Lena Olin sueca e Derek de Lint alemão, somente para citar os principais.
A caracterização de Tomas e Tereza mais velhos foi um dos pontos que achei que deixou um pouco a desejar.
*1 - livro e filme dos anos 80 com temática dos anos 60.
P.S.: o filme eu já tinha visto quando saiu nos anos 80 e na época não teve o mesmo impacto, para mim, que teve agora após eu ter lido o livro.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Versão Brasileira: Complexo de Portnoy

Sinopse: " A narrativa de Alexander Portnoy, jovem advogado nova-iorquino, é uma longa confissão no divã do psicanalista. Como desde o início fica bem claro, Portnoy é dotado não apenas de uma inteligência privilegiada como também de uma capacidade ilimitada de encarar a si mesmo com realismo e ironia. Contudo, o narrador-protagonista é totalmente incapaz de se livrar da ligação paralisante com a mãe, identificada logo de saída como "o personagem mais inesquecível que conheci na minha vida". Portnoy discorre alternadamente sobre o passado - a infância de filhinho da mamãe, a adolescência dedicada acima de tudo à prática da masturbação e a tentativas frustradas de perder a virgindade - e sua vida atual - o relacionamento conflituoso com a amante bela porém semi-analfabeta, a separação e uma viagem a Israel que termina com a descoberta de que ele está impotente." 
O Complexo de Portnoy foi outro livro recuperado do limbo na minha estante graças ao Skoob, creio que já estava  parado  ha pelo menos uns 8 anos. Segundo minha memoria, a qual não é muito confiável, devo ter feito umas duas tentativas anteriores de leitura e não devo ter passado em nenhuma das vezes da pagina 4.
Estou começando a acreditar que cada livro têm seu tempo, peguei este livro pela terceira vez na semana passada e agora ele foi praticamente devorado em duas noites. Mais de 40 anos após seu lançamento, as agruras do personagem Alexandre Portnoy, marcado por toda a vida pela presença marcante de uma mãe castradora, ainda são extremamente atuais. Ri muito com as desventuras narradas pelo personagem principal a seu analista, ele não têm o menor escrúpulo ao descrever sua fixação onanista além de outras praticas sexuais não muito ortodoxas.
O Complexo de Portnoy não é um livro para moralistas, o comportamento de Alexandre Portnoy pode pode assustar a alguns leitores meio desavisados.