sábado, 30 de agosto de 2014

Comprando o livro pela capa: Au sud de la frontière, à l'ouest du soleil

"Hajime est un homme accompli, père de famille et heureux propriétaire d'un club de jazz de Tokyo. Lorsqu'un beau jour, son amour d'enfance, Shimamoto-san, surgit dans son bar. Les retrouvailles avec cette femme insaisissable, qui n'apparaît que les jours de pluie, plongent Hajime dans l'abîme d'une quête obsédante, contre la course du temps et des sentiments..."
Au sud de la frontière, à l'oest du soleil conta a estoria de Hajime, nascido no Japão pós-guerra, um  garoto que se sentia estigmatizado devido a  sua condição de filho único, não usual para a época, e acaba se aproximando de uma garota, que também era filha única, e eles acabam criando uma ligação especial que acaba sendo rompida quando a garota se muda, Hajime vai levar a lembrança dos momentos partilhados com Shimamoto-san por toda a vida.
Hajime passa por dificuldades tanto na puberdade quanto no inicio de sua vida adulta, ele somente volta a se sentir "bem" quando conhece sua esposa, quando tudo parecia ter se arranjado em sua vida eis que Shimamoto-san ressurge fazendo com que ele comece a questionar seu mundo.
Eu sempre me surpreendo com os livros do Murakami e Au sud de la frontière, à l'oest du soleil  não fugiu a regra, Hajime é terrivelmente real, credível,e a partir de um argumento quase que clichê Hajime consegue prender nossa atenção para seguir sua viagem. Comparado com suas outras obras esse livro não possui situações insólitas, se aproximando mais de Norwegian Wood do que por exemplo Kafka sur la rivage. Também não podem faltar citações de música e elas estão mais uma vez lá, jazz, clássico, pop as vezes rock, já me habituei a ler Murakami ouvindo-as e realmente vale a pena.
Recomendo a leitura principalmente para quem acabou de entrar no universo de Murakami via Norwegian Wood.


Um documentário muito interessante sobre Murakami:


sábado, 9 de agosto de 2014

Indochine: Paradize

Indochine (Indochina), termo cunhado pelos franceses para designar sua antiga colonia na Asia, onde hoje estão localizados  Vietnã, Laos e Camboja.
Indochine: grupo de rock francês, meio que new-wave, surgido nos anos 80. O grupo após ter tido um relativo sucesso com seus primeiros discos foi perdendo popularidade durante a década de 90, após a virada do milênio a banda acaba voltando ao sucesso com o disco Paradize.
No caminho para chegar a Paradize o grupo Indochine sobreviveu primeiro a saída de um de seus membros fundadores, Dominique Nicolas e depois pela morte de Stéphane Sirkis irmão gêmeo do outro fundador, e alma, do grupo Nicola Sirkis.
A nova sonoridade do grupo foi muito influenciada pela entrada no grupo do guitarrista Oli de Sat.
Roupas de couro, negro e vermelho, penteados e cortes de cabelo radicais (para ser educado) e temas pesados: sexo, morte, religião,traição, dificuldade de adequação são  recorrentes em letras na maioria das vezes ambíguas.
Sem duvida a balada J'ai demandé à la lune foi uma das forças a impulsionar as vendas desse que é provavelmente um dos discos de rock francês mais bem sucedido comercialmente, além dela também foram lançados alguns outros clips que nos dão uma boa visão da sonoridade e do visual, um tanto quanto estranho, da banda.















duas resenhas interessantes:
http://www.albumrock.net/critiquesalbums/indochine-paradize-307.html
http://musique.krinein.com/indochine-paradize/
uma resenha devastadora:
http://clashdohertyrock.canalblog.com/archives/2009/09/09/15010293.html

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Comprando o livro pela capa: Monsieur Pain

A un discípulo de Mesmer le encargan que cure el hipo que sufre un sudamericano pobre abandonado en un hospital de París en la primavera de 1938. En apariencia, nada puede pasar. Sin embargo el mesmerista Pierre Pain se verá envuelto en una gran intriga."
Monsieur Pain é um tipo de "curandeiro" que segue os preceitos de Mesmer, a estoria se desenvolve a partir do momento em que a viúva de um seu ex-paciente o chama para que ajude na recuperação do marido de uma amiga, a partir do momento em que ele aceita o encargo uma sucessão de fatos estranhos começam a ocorrer ao seu entorno. 
Gostei ou não gostei?.
Monsieur Pain me deixou dividido, o livro não é ruim, muito pelo contrario, mas senti a falta daquela sensação de encantamento instantâneo que tive ao ler outras obras de Roberto Bolaño, especialmente com Los Detectives Salvajes e Nocturno de Chile.
Monsieur Pain que foi editado pela primeira vez com o nome de La Senda de los Elefantes foi escrito no período em que Bolaño assolado por problemas financeiros começa a deixar a poesia de lado e tinha se posto a participar de concursos literários com boas premiações financeiras, por sinal na nota preliminar do livro ele conta que foi premiado por esse livro.
Ficção com realidade, situações inusitadas o universo tipico dos livros de Bolaño já vão tomando forma nesse livro, pessoalmente não recomendaria para quem quer começar a conhecer a obra dele, mas sim para quem já gosta e quer ter uma visão mais completa desse escritor chileno.

algumas resenhas interessantes:

http://elpais.com/diario/2000/03/04/cultura/952124410_850215.html
http://www.thecult.es/Cronicas/monsieur-pain-de-roberto-bolano.html
http://www.letras.s5.com/bolanorobe0808.htm




quarta-feira, 9 de julho de 2014

Mondovisione - Luciano Ligabue

Mondovisione é o decimo album de estúdio de Luciano Ligabue, mesmo tendo sido lançado no final de 2013 foi o recordista de vendas na Itália durante o ano passado. O disco saiu com 14 canções inéditas e no caso de compra pelo iTunes  acompanha uma versão acústica do primeiro single Il Sale della Terra.

Luciano Ligabue abre o disco com Il muro del suono, que não deixa margem a duvidas de que temos de volta um Ligabue mais rockeiro e menos pop, não que ele abandone a sua capacidade de fazer baladas, o que ele deixa claro em Tu sei lei. 
Romântico, indignado, saudosista, confessional Ligabue fala sobre suas experiencias mas sempre parece estar escrevendo sobre todos nós.

Abaixo os clips dos singles tirados do disco, na ordem de seu lançamento.






domingo, 16 de fevereiro de 2014

Comprando os livros pela capa: Prigione con piscina + Cadavere Squisito

Depois de ler uma critica interessante sobre Luigi Carletti trazendo através da Ibs dois de seus livros, trazer somente um nunca vale a pena devido ao frete.
O primeiro que li foi Prigione con Piscina um giallo, o livro se passa em uma vila muito exclusiva em Roma, o personagem principal Filippo Ermini é um professor universitário, filho de militar, que sofreu um grave acidente e está preso a uma cadeira de rodas. O ambiente aparentemente pacifico daquele condomínio de luxo vai ser quebrado após a chegada de um morador um tanto quanto suspeito.
Para ser sincero não gostei muito desse livro, pouca coisa ocorre durante boa parte do livro e ao final vários eventos se sucedem de maneira um tanto quanto gratuita.

 Fui para a leitura de Cadavere Squisito sem muitas pretensões e acabei me surpreendendo com um bom giallo. Nicola Maria Sadler, Nikki, é um publicitário de sucesso que está atravessando um momento de crise, tanto em sua vida profissional como na sua vida pessoal. Para complicar sua companheiro o abandonou e ele não consegue lembrar a razão, quando menos esperava ele se vê envolvido na morte de um vizinho, enquanto tenta descobrir o que está ocorrendo ao seu redor ele começa a ter crises constantes de amnesia.
Para quem gosta de romances policiais o livro é um prato cheio, intrigas e reviravoltas, surgem durante a narração levando o livro a um final inesperado.





Uma entrevista com o autor.

Le Diable au Corps - Radiguet x Bellocchio

Do meio para o final da década de 80, com o abrandamento da ditadura ,começaram a ser liberados vários filmes que tinham ficado parados na censura, alguns por motivos políticos: Estado de Sitio, Z, Zabriskie Point ,... ou mesmo pela temática sexual: Emmanuele, Histoire d'O, Decameron ,..., no meio desses apareceu Il Diablo nel Corpo, que tinha trazia dois problemas segundo a censura, falava de terrorista e tinha uma cena de sexo oral. A solução original encontrada na época foi simples, vamos escurecer a cena de sexo oral até não se distinguir o que está ocorrendo, afinal a ditadura estava acabando mas a igreja não devia ser contrariada.
Diabo no corpo se baseia no relacionamento entre um estudante secundário com a noiva de um terrorista preso (estávamos nos anos de chumbo na Itália), eu sabia vagamente que se tratava de uma adaptação de um livro. Ano passado acabei me deparando com uma resenha do livro  no blog rizzenhas
( http://rizzenhas.com/2013/07/25/resenha-o-diabo-no-corpo-de-raymond-radiguet/) e pelo que li parecia que o livro era muito diferente do filme.
Em janeiro passado estive em Bruxelas e passei bons momentos escavando livros no sebo Pêle-Mêle, no meio de minha busca caiu em minhas mãos uma edição de Le Diable au Corps, pela incrível quantia de 1 euro. De volta ao Brasil este acabou sendo uma de minhas primeiras leituras.
O livro, quando de sua publicação, foi acolhido com um clamor de escândalo, afinal tratava do romance entre um adolescente é uma mulher casada, para piorar com um soldado lutando na primeira guerra-mundial.
Radiguet publicou seu livro com 20 anos e acabou morrendo pouco depois. Muito do que está no livro parece ter um fundo biográfico, o que explica as constantes mudanças de opinião do narrador, um adolescente, ora ama, depois não ama mais, depois continua amando, cheguei a pensar que ele devia ser algum ancestral da Bella Swan.
Do livro Bellocchio acabou usando somente a ideia do jovem envolvido com a mulher mais velha, comprometida, quanto ao resto ele mudou tudo, a época, o contesto e o final do casal são totalmente diferentes nas duas obras.
Resumo da opera, li o livro, gostei mas achei por demais datado. O filme vi praticamente no lançamento e me recordo de ter achado meio excessivo, vinte e cinco anos depois não dá para assistir  com alguém sem assumir um ar meio professoral para explicar o que se passa.


cena final do filme.


Prata versus Nothomb

                            

No começo de 2013 acabei lendo quase que sequencialmente dois livros com temática bem parecida, Nu,de botas de Antonio Prata e Biographie de la faim de Amélie Nothomb.
O primeiro foi Nu, de botas, as gostosas lembranças de infância do paulistano Antonio Prata, também cresci numa vilinha paulistana, 16 nos antes, e acabei vendo muitas semelhanças nas memorias dele com as minhas. O livro de Antonio Prata é leve, agradável e por muitas vezes nos leva de volta a nossa infância, peguei o livro num domingo pela manha e a tarde já tinha trespassado suas 140 paginas.
O livro da Amélie Nothomb me tomou mais tempo, ela também cobre um período um pouco mais longo, chegando aos seus 21 anos. Amélie também usa o humor para relembrar de sua juventude e o livro não é difícil de ser lido.
Vamos as diferenças, Antonio Prata passa a visão do garoto que habitava em uma vilinha enquanto Amélie, filha de diplomatas belgas, passava de país em país (Japão, China, EUA e Bangladesch), sendo que o choque cultural que ela passava em cada país toma boa parte de suas memorias. Amélie toca em dois assuntos mais pesados, alcoolismo infantil e bulimia, apesar de não se aprofundar neles. A veia humorista dela digamos que possui um lado mais negro que o de Antonio Prata, tornando seu livro mais pesado.
Eu pessoalmente recomendo a leitura dos dois, acredito que são meio que complementares.


Annalisa

Annalisa, também conhecida como Nali, é uma jovem cantora italiana que já possui em seu curriculum 3 discos: Nali (2011) , Mentre tutto cambia (2012) e Non so ballare (2013).
Descobri o trabalho dela lendo num blog sobre os participantes de San Remo 2013, no qual vi um comentário sobre  Non so ballare, não sei se é por causa da idade que já está pesando, mas aquele ar meio retro, das canções italianas dos anos 60, acabou me interessando.
Pena que Non so ballare nunca chegou a ganhar um clip próprio, uma das melhores apresentações no Ýou Tube é está para Radio Italia .
 

Fuçando um pouquinho no You Tube encontrei alguns videos oficiais, o primeiro abaixo é de Alice é il blu, simgle do último CD Non so ballare, uma canção sobre a eterna insatisfação:
"Alice sorrise ma solo un minuto
Poi tutto tornò come prima
Manca sempre un minuto
Un sorriso infinito
Potrebbe accadere anche a te…"



Scintille, também defendida por ela em San Remo foi o primeiro single extraído de Non so ballare.



Senza riserva está no segundo disco Mentre tutto cambia



Tra due minuti è primavera também está em Mentre tutto cambia e foi o segundo single retirado desse cd.  Me parece que em italiano algumas coisas são ditas de maneira mais suave, sem a baixaria que estamos vendo a cada dia na finada mpb.
"dammi un motivo per continuare
dimmi che non sarà un’ avventura
proteggimi e poi abbracciami
tra due minuti è primavera."



Uma curiosidade é que em todos os clipes que eu postei a cidade de Verona está como pano de fundo, uma outra é a constante mudança que Annalisa faz no seu cabelo, tanto em corte, como em cor.