domingo, 16 de fevereiro de 2014

Comprando os livros pela capa: Prigione con piscina + Cadavere Squisito

Depois de ler uma critica interessante sobre Luigi Carletti trazendo através da Ibs dois de seus livros, trazer somente um nunca vale a pena devido ao frete.
O primeiro que li foi Prigione con Piscina um giallo, o livro se passa em uma vila muito exclusiva em Roma, o personagem principal Filippo Ermini é um professor universitário, filho de militar, que sofreu um grave acidente e está preso a uma cadeira de rodas. O ambiente aparentemente pacifico daquele condomínio de luxo vai ser quebrado após a chegada de um morador um tanto quanto suspeito.
Para ser sincero não gostei muito desse livro, pouca coisa ocorre durante boa parte do livro e ao final vários eventos se sucedem de maneira um tanto quanto gratuita.

 Fui para a leitura de Cadavere Squisito sem muitas pretensões e acabei me surpreendendo com um bom giallo. Nicola Maria Sadler, Nikki, é um publicitário de sucesso que está atravessando um momento de crise, tanto em sua vida profissional como na sua vida pessoal. Para complicar sua companheiro o abandonou e ele não consegue lembrar a razão, quando menos esperava ele se vê envolvido na morte de um vizinho, enquanto tenta descobrir o que está ocorrendo ao seu redor ele começa a ter crises constantes de amnesia.
Para quem gosta de romances policiais o livro é um prato cheio, intrigas e reviravoltas, surgem durante a narração levando o livro a um final inesperado.





Uma entrevista com o autor.

Le Diable au Corps - Radiguet x Bellocchio

Do meio para o final da década de 80, com o abrandamento da ditadura ,começaram a ser liberados vários filmes que tinham ficado parados na censura, alguns por motivos políticos: Estado de Sitio, Z, Zabriskie Point ,... ou mesmo pela temática sexual: Emmanuele, Histoire d'O, Decameron ,..., no meio desses apareceu Il Diablo nel Corpo, que tinha trazia dois problemas segundo a censura, falava de terrorista e tinha uma cena de sexo oral. A solução original encontrada na época foi simples, vamos escurecer a cena de sexo oral até não se distinguir o que está ocorrendo, afinal a ditadura estava acabando mas a igreja não devia ser contrariada.
Diabo no corpo se baseia no relacionamento entre um estudante secundário com a noiva de um terrorista preso (estávamos nos anos de chumbo na Itália), eu sabia vagamente que se tratava de uma adaptação de um livro. Ano passado acabei me deparando com uma resenha do livro  no blog rizzenhas
( http://rizzenhas.com/2013/07/25/resenha-o-diabo-no-corpo-de-raymond-radiguet/) e pelo que li parecia que o livro era muito diferente do filme.
Em janeiro passado estive em Bruxelas e passei bons momentos escavando livros no sebo Pêle-Mêle, no meio de minha busca caiu em minhas mãos uma edição de Le Diable au Corps, pela incrível quantia de 1 euro. De volta ao Brasil este acabou sendo uma de minhas primeiras leituras.
O livro, quando de sua publicação, foi acolhido com um clamor de escândalo, afinal tratava do romance entre um adolescente é uma mulher casada, para piorar com um soldado lutando na primeira guerra-mundial.
Radiguet publicou seu livro com 20 anos e acabou morrendo pouco depois. Muito do que está no livro parece ter um fundo biográfico, o que explica as constantes mudanças de opinião do narrador, um adolescente, ora ama, depois não ama mais, depois continua amando, cheguei a pensar que ele devia ser algum ancestral da Bella Swan.
Do livro Bellocchio acabou usando somente a ideia do jovem envolvido com a mulher mais velha, comprometida, quanto ao resto ele mudou tudo, a época, o contesto e o final do casal são totalmente diferentes nas duas obras.
Resumo da opera, li o livro, gostei mas achei por demais datado. O filme vi praticamente no lançamento e me recordo de ter achado meio excessivo, vinte e cinco anos depois não dá para assistir  com alguém sem assumir um ar meio professoral para explicar o que se passa.


cena final do filme.


Prata versus Nothomb

                            

No começo de 2013 acabei lendo quase que sequencialmente dois livros com temática bem parecida, Nu,de botas de Antonio Prata e Biographie de la faim de Amélie Nothomb.
O primeiro foi Nu, de botas, as gostosas lembranças de infância do paulistano Antonio Prata, também cresci numa vilinha paulistana, 16 nos antes, e acabei vendo muitas semelhanças nas memorias dele com as minhas. O livro de Antonio Prata é leve, agradável e por muitas vezes nos leva de volta a nossa infância, peguei o livro num domingo pela manha e a tarde já tinha trespassado suas 140 paginas.
O livro da Amélie Nothomb me tomou mais tempo, ela também cobre um período um pouco mais longo, chegando aos seus 21 anos. Amélie também usa o humor para relembrar de sua juventude e o livro não é difícil de ser lido.
Vamos as diferenças, Antonio Prata passa a visão do garoto que habitava em uma vilinha enquanto Amélie, filha de diplomatas belgas, passava de país em país (Japão, China, EUA e Bangladesch), sendo que o choque cultural que ela passava em cada país toma boa parte de suas memorias. Amélie toca em dois assuntos mais pesados, alcoolismo infantil e bulimia, apesar de não se aprofundar neles. A veia humorista dela digamos que possui um lado mais negro que o de Antonio Prata, tornando seu livro mais pesado.
Eu pessoalmente recomendo a leitura dos dois, acredito que são meio que complementares.


Annalisa

Annalisa, também conhecida como Nali, é uma jovem cantora italiana que já possui em seu curriculum 3 discos: Nali (2011) , Mentre tutto cambia (2012) e Non so ballare (2013).
Descobri o trabalho dela lendo num blog sobre os participantes de San Remo 2013, no qual vi um comentário sobre  Non so ballare, não sei se é por causa da idade que já está pesando, mas aquele ar meio retro, das canções italianas dos anos 60, acabou me interessando.
Pena que Non so ballare nunca chegou a ganhar um clip próprio, uma das melhores apresentações no Ýou Tube é está para Radio Italia .
 

Fuçando um pouquinho no You Tube encontrei alguns videos oficiais, o primeiro abaixo é de Alice é il blu, simgle do último CD Non so ballare, uma canção sobre a eterna insatisfação:
"Alice sorrise ma solo un minuto
Poi tutto tornò come prima
Manca sempre un minuto
Un sorriso infinito
Potrebbe accadere anche a te…"



Scintille, também defendida por ela em San Remo foi o primeiro single extraído de Non so ballare.



Senza riserva está no segundo disco Mentre tutto cambia



Tra due minuti è primavera também está em Mentre tutto cambia e foi o segundo single retirado desse cd.  Me parece que em italiano algumas coisas são ditas de maneira mais suave, sem a baixaria que estamos vendo a cada dia na finada mpb.
"dammi un motivo per continuare
dimmi che non sarà un’ avventura
proteggimi e poi abbracciami
tra due minuti è primavera."



Uma curiosidade é que em todos os clipes que eu postei a cidade de Verona está como pano de fundo, uma outra é a constante mudança que Annalisa faz no seu cabelo, tanto em corte, como em cor.